Um apelo à mobilização pessoal de todos os que ouvirem a mensagem da Campanha da Fraternidade de 2009 foi feito pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em solenidade realizada nesta quinta-feira (26/2/09) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Fiéis e autoridades lotaram o Plenário para o lançamento da Campanha da Fraternidade, que este ano se voltará para o tema da segurança pública, com o lema "A paz é fruto da justiça".
O lançamento da Campanha da Fraternidade na ALMG, segundo Dom Walmor, reflete a importante confluência entre o caminho da Igreja e o compromisso do Legislativo mineiro em debater os problemas importantes para a sociedade. O requerimento para realização do evento no foi de autoria do deputado Célio Moreira (PSDB). Ao mesmo tempo que cobrou o aperfeiçoamento das políticas públicas voltadas para a segurança, o arcebispo afirmou ainda a necessidade do envolvimento de todos no enfrentamento do problema. "É preciso promover a cultura da paz. É preciso que cada um faça de seu coração uma fonte de paz", afirmou o religioso.
Dom Walmor lembrou a mensagem de Cristo, que diante da morte na cruz disse que deixava todos a paz, mas advertiu: "Não a dou como o mundo a dá". A paz de Cristo, de acordo com o arcebispo, não é uma simples ausência de violência, mas a disponibilidade da oferta de nossas vidas para o bem dos outros.
Além do arcebispo metropolitano, também se pronunciaram durante a cerimônia os bispos auxiliares de Belo Horizonte Dom Joaquim Mol e Dom Aloisio Vitral. Mas não só autoridades religiosas católicas participaram do evento. O vice-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) e pastor presbiteriano Márcio Moreira também integrou a mesa de direção dos trabalhos, e deu um testemunho em favor da união ecumênica em favor da fraternidade e do enfrentamento da violência. O Conic reúne as Igrejas Ortodoxa Siriana, Luterana, Episcopal e Presbiteriana Unida.
A solenidade foi dirigida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alberto Pinto Coelho (PP). Treze autoridades religiosas e civis integraram a mesa de direção dos trabalhos. O governador Aécio Neves foi representado pelo secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro. O prefeito Márcio Lacerda foi representado pelo vice-prefeito Roberto Carvalho. Também participaram da mesa a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG); o procurador-geral de Justiça, Alceu Torres Marques; o defensor público-geral, Belmar Ramos; o secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Júnior; e o vereador Sérgio Tavares, além do deputado Célio Moreira.
Como autor do requerimento para realização do evento, Moreira abriu a reunião afirmando que a falta de segurança é resultado de anos de descaso com a educação, falta de uma reforma agrária, abandono da infância e predomínio de um modelo econômico que favorece os mais abastados. Ele afirmou que é fundamental combater estas fontes de violência, e não apenas suas conseqüências. Ele lembrou uma mensagem do papa João Paulo II na comemoração do Dia Mundial da Paz em janeiro de 2005, quando afirmou que a violência destrói aquilo que pretende defender - a dignidade e a liberdade humanas.
O secretário Danilo de Castro saudou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pela escolha do tema da Campanha da Fraternidade. Ele lembrou diversas políticas do Estado e parcerias com a Igreja voltadas para a questão da segurança, tais como as associações de proteção e assistência aos condenados (Apacs), responsáveis por um modelo de gestão prisional que apresenta bons resultados de recuperação dos internos. "As Apacs têm hoje 1,5 mil vagas garantidas por verbas estaduais, geridas pelo Tribunal de Justiça", afirmou o secretário.
Matéria produzida pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais
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